Agosto...

Agosto iniciou pra mim de forma terrível... Desculpem o texto enorme, mas preciso desabafar.

Primeiro porque eu estou dodói, com a garganta inflamada, desde sexta-feira tomando antibiótico, mas até agora nada... só a febre baixou, a dor continua...

Segundo porque aconteceu ontem uma coisa que me desestruturou.

Há tempos os meus dois cãezinhos vêm brigando. Os dois são machinhos e tem o mesmo tamanho, um Lhasa (Mike) e um SRD(Spike), que cresceram juntos desde filhotes.

Aos poucos a situação das brigas começou a ficar insustentável: Primeiro o Spike se machucou na coxa, fez um corte bem feio. Separei os dois prendendo na corrente, e tratei das feridas do Spike com Rifamicina (tipo mertiolate, antibacteriano e cicatrizante). Logo ele estava sarado e feliz. Conviveram bem por um bom tempo, até cerca de 2 meses atrás. Cheguei em casa depois do culto, num domingo à noite as 22h, e encontrei o Mike com o pelo do focinho, que é branco, cheio de sangue. Levei ele pra dentro de casa, dei banho no chuveiro, com todo cuidado do mundo, e notei que estava ferido no lábio superior. O corte não era tão feio, todo aquele sangue era apenas porque era numa região muito sensível. Sequei com o secador, alimentei, e ele já tava faceiro de novo.

Nesse meio tempo já tinha me convencido de que precisava castrar os dois, para eliminar esse senso de territorialismo que os machos possuem. O que me espantou, foi que por quase 3 anos eles viveram bem, e agora estavam se estranhando. Na última tosa do Mike fiz um orçamento para castração: R$180,00 pra cada um. Não tínhamos dinheiro. Decidimos esperar as coisas acalmarem, pois de junho à agosto estamos pagando os impostos do carro (IPVA, Licenciamento, Seguro Obrigatório, haja!)

Bem, lá pelas 18h, eu fui recolher algumas roupas para colocar na secadora, pois choveu à beça o fim de semana todinho. Ao mesmo tempo o Fê foi tratá-los, encheu seus pratos com ração, e eles foram comer, bem felizes. Quando liguei a secadora é que fui olhar pra eles comendo, e vi o focinho do Mike novamente vermelho. Sangue. “Lá vamos nós de novo” pensei. Ele ainda comendo e abanando o rabo, todo faceiro. Me abaixei e chamei. Ele desviou a atenção do prato e me olhou. Quase tive um tróço. Senti meu sangue fugindo de todas as extremidades. Levantei correndo e saí gritando pelo Fê. Ele me encontrou na cozinha, me abraçou e eu caí no choro. Eu só soluçava e dizia “o Mike”. Me soltei corri pro banheiro. Estava doendo em mim, e eu me sentia responsável por não ter feito nada à tempo e impedido o que havia acontecido.

Quando o Mike me olhou, o que vi foi digno de filme de terror: seu olhinho direito estava caído pra fora da órbita, pendurado por uma parte de carne vermelha. No lugar do olho um buraco, e saindo de dentro dele aquela coisa pendurada. Um urso de pelúcia que teve seu olho arrancado, e ficou ainda pendurado, caído próximo à boca. Horrível.

Corremos pra uma clínica que atende emergência, indicado por uma prima (liguei chorando igual uma louca pra ela). Lá o veterinário lhe deu um tranqüilizante e colocou o olhinho de novo pra dentro. Explicou o seguinte: É comum nas raças menores, como Lhasa, Shi-Tzu e Pequines, em situação de stresse (briga, pancada) o olho sair pra fora. Se for imediatamente atendido (até 2h) e o ligamento não ter sido rompido, é possível recuperar uma parte da visão. O problema é que eu não fazia a mínima idéia de quando isso havia ocorrido, pois não estava em casa. Então o veterinário colocou o olho na órbita, deu um ponto na pálpebra pra manter o olhinho no lugar, e o Mike ficou lá, internado. Ele ia fazer compressas com gelo. Agora pela manhã, eles iriam tirar o ponto pra ver: se o olhinho ficar no lugar, beleza, é só fazer um tratamento prolongado com colírio, e ele pode recuperar a visão (não 100%, mas pelo menos uma parte); se o olhinho voltar a cair é porque o ligamento rompeu, terá de ser feita uma cirurgia pra extração.

Acabei de receber a ligação da clínica: será necessária a realização da cirurgia.

Ainda estou em estado de choque. Que Deus nos ajude.